Repensar a identidade: O mundo ibérico nas margens da crise da consciência europeia
Sinopse
Ao longo dos séculos XVII e XVIII as dimensões identitárias do mundo ibérico foram objecto de intensos debates. Muitos foram os que, na Península Ibérica, em outros pontos da Europa, nas Américas e, ainda, na Ásia, se dedicaram a repensar os traços identitários.
Nesses anos de grandes mudanças e marcados, a partir de 1668, pela separação política entre Portugal e a Monarquia espanhola, foram discutidos, por vezes com grande intensidade, os atributos (religiosos, corporativos, jurisdicionais, nacionais, étnicos, linguísticos, etc.) não só dos castelhanos e dos portugueses, mas também dos aragoneses, dos catalães, dos biscainhos, dos variados grupos criollos das Índias de Castela ou dos moradores das diversas partes da América portuguesa. Tais debates tiveram como «pano de fundo» a desagregação do grande projecto católico de dominação universal e, também, o desenvolvimento, na Europa setentrional, de novos modelos de organização social e política, dirigidos tanto para o Velho Mundo, quanto para os territórios coloniais.
Os estudos reunidos neste livro versam sobre esta problemática. Analisando um variado conjunto de debates sobre os traços identificadores do mundo ibérico, este conjunto de trabalhos é revelador do carácter relacional e processual das noções identitárias, bem como das disputas e das negociações que tais noções suscitaram, tanto na Europa, quanto fora dela, durante os séculos XVII e XVIII.
Capítulos
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Introdução: Repensar a identidade. O mundo ibérico nas margens da crise da consciência europeia
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"Natural, ou nom natural de nossos reinos". Inclusão e exclusão, mobilidade e trabalho no Portugal da Época Moderna
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«Não pode alguém negar limpeza, antiguidade & parentesco». A genealogia como instrumento de legitimação política e identitária (Portugal versus Castela - século XVII)
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João Salgado de Araújo: um «caballero biscaino» que escreveu a outro do Reino de Navarra (1643)
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História, política e reputação no Discurso del duque de Alba al Catolico Felipe IV sobre el consejo, que se le diò en abril passado, para la recuperación de de Portugal... (1645), de Braz da França
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O parecer do Conde de Rebolledo (1666) e o fim da guerra da Restauração. Castela e Portugal no início do crepúsculo da monarquia das nações
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Entrando no «Adelon». A história do «Tempo Desconhecido» na monarquia de Espanha (1672-1740)
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Perda de Espanha? A epifania de um espaço público e a reconfiguração de identidades na Espanha de Carlos II.
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Colônia ou Conquista, Loja ou Engenho? Identidades e discursos identitários na América portuguesa nos séculos XVII e XVIII
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Locke e as legitimações britânicas de domínio: do argumento da agricultura ao da melhoria da natureza
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A verdad política e a razão do interesse dos estados
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A embaixada de D. João de Almeida Portugal 2º conde de Assumar, na corte do arquiduque Carlos: Notas diarísticas, percepções e identidade
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«Parecer em Italia romano, em França parisiense, e ullysiponense em Portugal»: Rafael Bluteau, estratégias identitárias e mediação cultural, 1668-1734.
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Reescrever a história ibérica? Vecindad e Naturaleza em Castela, em Portugal e nos seus domínios ultramarinos durante o século xviii
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El móvil universal: filosofía moral, amor próprio e reflexão imperial na Monarquia de Espanha nos finais do século XVIII
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