Sofrimento, resistência e luta. Ressonâncias na Literatura Portuguesa do século XX
Palavras-chave:
Literatura, História Contemporânea, Literatura de intenção socialSinopse
Sofrimento, resistência e luta. Ressonâncias na Literatura Portuguesa do século XX responde ao desafio lançado ao projeto Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental pela comissão científica do I Congresso sobre os Movimentos Sociais e Operários, realizado na NOVA FCSH, em março de 2012. Os textos que agora se publicam são reflexões que tiveram neste evento uma apresentação preliminar, preparada coletivamente pelas autoras. Em conjunto, selecionaram um corpus literário constituído por 11 romances do século XX, tomados como exemplos. São obras que reportam a momentos da História Contemporânea, desde a crise da Monarquia até à Revolução do 25 de abril de 1974 (Figura 1), incluídas na denominada literatura de intenção social – expressão usada por Urbano Tavares Rodrigues (1981) para caracterizar Ferreira de Castro -, neo-realista – período datado entre 1935 e 1950 por Alexandre Pinheiro Torres (2002), embora outros se refiram ao seu prolongamento para décadas mais recentes -, e de realismo ético – como Vitor Viçoso (2011) classifica a obra de José Rodrigues Miguéis. Estas obras distinguem-se do romance rural e do romance de costumes, produzidos anteriormente sob a influência do naturalismo e do realismo, pela integração de «um etnografismo emancipador», onde «o mito edénico» é contrariado (Viçoso 2009, 16).